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Olá!

Hoje venho aqui apresentar-me, A Mariana do passado e a Mariana do presente. A Mariana do futuro vamos juntos aprender sobre ela. 

Eu já fui a mulher mais feliz do mundo e não o reconheci a tempo, eu tive uma familia, um homem que me amava, um bom trabalho, uma vida de princesa. E tinha a lata de me queixar do mal bem que estava? Já tive um blog minimamente famoso, fui convidada para eventos e parcerias maravilhosas, vivi num mundo que poucos tiveram acesso. Conheci o mundo e vi esse mundo através dos olhos de quem eu mais amava.

E depois? CABOOOOM A familia ruiu, o homem saiu de cena, a vida complicou e alguém que viveu consumida pela ambição e em tristeza profunda pelo que os outros mostravam atingir no instagram, esquecida que a minha vida tinha complicações que eu não mostrava no Instagram e os outros não eram diferentes de mim.

Primeiro ruiu a família, que nunca tinha sido perfeita, mas que de certa forma eu sabia que a tinha escolhido, depois a relaçao, depois as relaçoes familiares, e eu confesso que jamais pensei em dizer agradecer o COVID, mas o facto de a pandemia ter atacado, eu como enfermeira pude viver tempos traumáticos mas pude também simplesmente esconder-me no trabalho, construir um muro de gelo em torno de mim e permanecer no meu forte de solidão durante o tempo que precisei sem ninguém me incomodar.

Hoje sinto-me uma mulher e nao a "menina mimada" que eu percebi que outrora fui.

Cresci, afundei os meus sentimentos e lidei comigo mesma em primeiro lugar, claro, primeiro comigo, depois com a solidão e com os sentimentos a uma distância de segurança alargada! Se calhar a Frozen foi uma previsão de como a minha vida seria e eu só estou agora a descobrir. 

Sempre que me permitir a sentir parecia bipolar, oscilava duma maneira louca, afinal a saudade dói e eu estive muito tempo naquela fase latente do se dói crescer como me vou permitir que tudo o resto doa também?! Entao, permitia-me a sentir, magoava-me mais um bocadinho, revoltava-me, fazia de propósito para magoar o outro por quanto me doía a mim, fazia uma pausa dumas semanas ou de uns meses, virava o disco e tocava o mesmo. Tudo sozinha. Assim no meio da loucura que so fazia sentido dentro da minha cabeca! 

Hoje 16 dias depois da minha irmã voltar a ser recebida na minha casa, primeira vez no castelo da Rainha do Gelo, eu percebi tanta coisa. Aliás o que eu melhor percebi foi que realmente eu nao escolhi um homem parecido com o meu pai ou com a minha mãe, nao, nao, eu escolhi amar alguém exatamente como a minha irmã! 

A forma como cada um percebe como a forma como eu entro em casa desvenda o dia que eu tive, o (re) aparecimento de marcas e items no frigorifico e armarios de coisas que so la existiram enquanto ele vivia comigo, a forma carinhosa como me massajavam os pés depois de um turno longo e me deixavam adormecer sem culpa, mas acima de turno a forma tao deles como me amam, como sabem o que eu penso a cada minuto, a forma como analisam tudo no meio dos seus silêncios, mas acima de tudo, a forma como me fazem escolher ser uma pessoa melhor todos os dias.

Hoje quase me desmanchei a chorar por causa duma música, do amor que carrego no peito, na impotencia que sinto por esse amor, pela maldita da saudade, por amanha mandar a miuda para casa. Afinal eu estava confortável a viver sozinha, a caminho dos 3 anos, sem pensar em mais nada, mas depois de a ter aqui sei que vai doer manda-la de volta para casa dela.

Portanto, quem sou eu, a Mariana do presente? 

Alguém que ama mas que não sabe como ir lutar pelo que mais desejo.

Alguém que dominou ser feliz e confortável sozinha, viver sozinha, não ter relações sexuais por mais de dois anos para descobrir quem era, para se amar, para descobrir a sua paz, a sua resiliencia, a sua forca. Para renascer uma mulher e não mais a menina. 

Alguém que hoje percebeu que tem de mudar o capítulo, porque a narrativa vai longa demais.


O que vai mudar? Nao sei bem, vou sem plano, de mao dada com o medo, tal como sempre porque eu hoje sei que tudo vai correr bem, de uma maneira ou de outra. Afinal foi nos esquemas e nas pressas que eu estraguei tudo, vamos na fe, conhecer as cenas dos próximos capítulos, e a evolução da Mariana pelos capitulos e pela vida.

E porque escrever publicamente? Porque foi desta forma que eu aprendi a lidar com as dores da minha vida e um espaco novo porque assim eu nao vou cismar com quem le ou deixa de ler!


Quem vier por bem e quiser acompanhar-me nesta jornada, sejam bem-vindos nesta viagem!

Comentários

As + Lidas

Está tudo velho e acabado!

 A minha irmã foi embora há quase uma semana. Fui deixá-la a Stanstead segunda-feira pela noitinha, e regressei para parar no sofá da Angela, porque nao me sentia fisicamente capaz de retornar a casa sem ela. Apesar de eu ser uma pessoa bastante capaz de viver tranquilamente sozinha (estou mesmo a escrever isto?! eu que detestava qualquer momento de solidão?!) Mas tudo se aprende e eu aprendi também a viver sozinha numa felicidade e estado de conforto latente e durante mais de dois anos foi funcionando para mim. No entanto, quando a minha irmã veio por 4 dias, que logo ao terceiro dia, j á tinha sido estendido para 17 dias e ai começou o problema, porque me mexeram no meu status quo!